“Os caipiras estão chegando”: Idealizado em 2015 pela relações públicas Renata Tannuri Meneghetti, diretora da Elo Produções, o Festival Gastronômico Itinerante Sabores da Terra chega, pela primeira vez, a São Paulo, nos dias 22 e 23 de outubro. Depois de conquistar mais de 245 mil pessoas em mais de dez cidades paulistas, cerca de 60 operações culinárias, dez palestras gastronômicas e diversas apresentações musicais marcam o evento acolhido no Memorial da América Latina. A entrada é gratuita.
O que é ser “caipira”? E o que é ser “moderno”? O que podemos reconhecer, na contemporaneidade pós-moderna, da cultura que reconhecemos e consumimos? Essas e outras perguntas, como em constante itinerância, transitam, de forma genuína, entre os participantes do Festival Gastronômico Itinerante Sabores da Terra há 22 edições. Em cada pequeno produtor rural, artista local, artesão da gastronomia e educador reside um sentimento de reconexão com os sentidos da localidade, da brasilidade e do orgulho das raízes – por isso, essa história se transforma junto ao público que a prestigia.
Idealizado em 2015 pela relações públicas Renata Tannuri Meneghetti, diretora da Elo Produções, o projeto chega pela primeira vez a São Paulo nos dias 22 e 23 de outubro. Depois de o evento conquistar mais de 245 mil pessoas em mais de uma dezena de cidades paulistas e se reinventar, cerca de 60 operações culinárias, dez palestras gastronômicas e apresentações musicais de peso marcam a chegada dessa trupe ao simbólico espaço do Memorial da América Latina na Paulicéia Desvairada descrita por Mário de Andrade. A entrada é gratuita e a prosa, como sempre, sempre boa.
“Esta 23ª edição tem sabor de conquista e simboliza um sonho acalentado por muito tempo. Era preciso esperar esse fruto amadurecer para chegar bonito, na temporada correta e oferecer aquele dulçor que só a colheita da estação possui”, resume Renata pelas “longas estradas da vida”, às voltas com os preparativos para a edição São Paulo. Sabores da Terra já passou pelas cidades de Indaiatuba, Valinhos, Jaguariúna, Holambra, Águas de Lindóia, Vinhedo, São Bernardo do Campo, Sorocaba, Campinas, Paulínia, Santa Gertrudes e Mogi Guaçu.
Trata-se de um evento gastronômico em que a cultura caipira prevalece, das raízes do pequeno produtor às mãos dos cozinheiros. Dos bastidores à cena. Além de propiciar encontros saborosos ao ar livre, a marca promove festivais temáticos em restaurantes de cidades como Indaiatuba; convoca chefs e especialistas em gastronomia para compartilharem conhecimento em aulas-show e rodas de conversa. Além dessas ações, o festival promove o Tacho Solidário e outras iniciativas voltadas ao eixo social da gastronomia.
Em São Paulo, o grande encerramento do festival Sabores da Terra, na noite de domingo, será com o show do cantor e compositor Renato Teixeira, referência inquestionável do caipira orgulhoso de suas raízes.
Prepara a roupa de domingo que tem novidade, Sampa!
“Para a edição inaugural São Paulo, estamos preparando um evento completo, um espaço para vivenciar o #OrgulhoDeSerCaipira, com gastronomia, música, oficinas, aulas e workshops com chefs e cozinheiros. Quem conheceu o evento no interior vai se deparar com um festival que se preparou para chegar à capital.
É o caipira vestindo sua roupa de domingo para ir à missa”, antecipa animada a produtora Renata Tannuri Meneghetti do Festival Gastronômico Itinerante Sabores da Terra.
Além de pratos típicos deliciosos, preparados em família e que honram as tradições da roça, com seus milhos, feijões, abóboras, os cozidos, as carnes de porco, os arrozes e os doces de tacho, o evento se destaca pela conexão com dois valores culturais muito caros ao caipira: a música e a fé. Neste evento paulistano, durante o Momento de Fé, no domingo (23), marcado pela roda de entrada da imagem de Nossa Senhora Aparecida e a cantoria embalada por uma orquestra de viola, tal acontece em romarias brasis adentro, será inaugurado o Cordão da Fé. “Uma corda de sisal com 30 metros de comprimento e 20 milímetros de diâmetro em que o visitante poderá pendurar uma fitinha personalizada do evento e fazer o seu pedido. Esse cordão será peregrino e carregará os pedidos por onde passar”, explica Renata.
O grande encerramento desta edição será feito pelo cantor e compositor Renato Teixeira. Caiçara-caipira, ele sintetiza um punhado de nossos interiores – com perdão do trocadilho. É um músico que gosta verdadeiramente da música e dos músicos brasileiros. E que nos faz ponderar em fé e “Romaria” a seguir “Tocando em Frente”. Se “miorá, num estraga”, viu!
E além das aulas gratuitas na “cozinha show”, cujas vagas serão limitadas e que já podem ser realizadas pelo Sympla (COZINHA SHOW SABORES DA TERRA SÃO PAULO em São Paulo – 2022 – Sympla), a 23ª edição do Sabores da Terra contará com as Oficinas do Sabor, um espaço em que os pequenos poderão plantar mudas de temperos e aprender mais sobre os alimentos. “O objetivo é despertar o interesse das crianças em iniciar uma hortinha caseira em vasos adaptados e reciclados e, sobretudo, ampliar o conhecimento sobre a variedade do que pode ser consumido. Vemos que muitas crianças sequer conhecem legumes além de cenoura e batata”, comenta Renata.
Vale lembrar que o acesso ao Memorial da América Latina é facilitado pela estação Barra Funda. Para os organizadores, em bom caipirês, “de onde “ocê” virá, ninguém sabe ainda. Mas pra onde “ocê” irá nos dias 22 e 23 de outubro, há certeza.” “Queremos que o festival conquiste seu espaço na gastronomia como uma referência à cultura caipira e possa viajar para além do interior paulista, ganhando novos municípios Estados”, afirma Renata.
Vozes caipiras dessa trupe saborosa
Quando pensa no “caipira moderno”, sobretudo deste ponto da linha do tempo em que os 100 anos do “modernismo no Brasil” são celebrados, Renata enxerga um sujeito em movimento que saiu do interior para conquistar o mundo, mas deixou guardada no peito a sua essência. “Que consome a cultura dos grandes centros com sua arte e sua música, mas que, lá no fundo, aprecia uma boa moda de viola e o entalhe perfeito de um artesão. É aquele que guarda a sabedoria aprendida com os mais velhos, respeita a mesa como algo sagrado e sabe o chão que leva para um alimento chegar ao prato”.
E o que é ser caipira neste mundo moderno, afinal? Alguém que come o que tem e divide com quem não tem. Que aprecia um bom frango com polenta e quiabo feitinho no fogão à lenha para celebrar a vida e, se pode, assa um porco no rolete, em família. Que reinventa o porco à paraguaia e, de dentro de São Paulo, defende que seja porco caipira. Que sabe o que rojão também pode ser espeto, direitinho. Que torce para que não falte arroz com feijão nem afeto no prato de ninguém, tampouco um arroz carreteiro e um porco bem caipira. Que se recorda que a mandioca, como nossos guaranis ensinaram faz tempo, pode ser a estrela de qualquer prato. Que arrasta os erres e não se esquece de onde vem o alimento. Que sabe ver a vida de uma maneira mais simples, empática e humana, em suma.
Por ora, aqui, cabem as provocações. As definições sobre “o que é ser caipira” são múltiplas e igualmente móveis. Estarão em evidência em ao menos duas grandes palestras da Cozinha Show montada no Memorial da América Latina e poderão ser apreciadas “goela abaixo” com a calma que o assunto merece para ser matutado. “Somos todos caipiras. As pessoas devem conhecer suas origens, sua cultura como um todo. Artes, técnicas, música. Saberes e sabores”, define Felipe Gomes Galvão, produtor de operações envolvido com o evento desde 2017, braço direito do evento, hoje.
Pra comer, beber e conversar
Há um punhado de personagens sem os quais o festival idealizado em 2015 não rexistiria, porque apostaram no afeto mais concreto. É o caso do saudoso parceiro de Sabores da Terra Arian Carneiro de Mendonça, vítima de um tipo raro de câncer em 2020 e que prezava, como poucos, a afetividade entre as pessoas, algo que a comida é capaz de resgatar. Em torno do alimento, preparado de muitos modos e jeitos de estar no mundo, a comida, resgata os traços de cada indivíduo.
Pois a comida, essa espécie de chama iniciadora do projeto, reúne, hoje, mais de uma centena de pessoas que se desdobra durante as edições, realizadas quase mensalmente – a pandemia forçou uma longa pausa entre 2020 e 2021, mas 2022 tem sido um ano mais gentil para o evento que movimenta a gastronomia, o turismo e a hospitalidade.
Famílias inteiras e unidas, oriundas, sobretudo, de cidades diversas do Interior de São Paulo e Minas Gerais, seguem em enlace com os preparativos de tendas, palco, panelas e quitutes. Estão sempre animados: nos bastidores, Sabores da Terra é pré e pós-festa. É fácil encontrar quem jure de pé junto que o evento é capaz de abraçar a cultura caipira e alimentar todos os sentidos sem firula e nos trinques.
“Ser caipira é gostar do simples, mas fazer tudo sempre com zelo, capricho e muito amor. A gente faz isso. Leva sempre a Orquestra de Violas ‘Cultura Caipira de Valinhos’ para manter viva a música de raiz e resgatar essas memórias”, decreta o maestro Robson Augusto Furiozo, artista participante do Sabores da Terra desde a primeira edição e natural de Valinhos (SP).
Esse sentimento em relação ao evento é parecido com o descrito pela cantora Camila Pereira de Morais, de Monte Sião (MG).
No caso dela, o apreço pelo evento nasceu quando ainda era diretora de turismo em Águas de Lindóia, também em 2017. “Hoje sou a produtora de entretenimento do evento, cuido do palco, rider de som e as bandas. É um evento em que me sinto em casa. Sou caipira. É bom sentir o pó da estrada, a simplicidade da zona rural. E das comidas típicas e parte musical às pessoas, tudo em Sabores da Terra tem aquela energia maravilhosa”, afirma a artista.
Nosso manifesto
Sabores da Terra é um presente embrulhado em “orgulho de ser caipira” que a gente entrega, sempre em família, a cada cidade que nos abraça. Sabores da Terra é um retrato daquele tempinho bom de compartilhar o que nos une e diferencia. É coisa boa e curada – para viver e guardar.
No nosso mapa largo, em cada pouso ou parada, na lonjura, a gente persegue o desejo de ser do jeitinho que é. Tem um punhado de ontem e um montão de presença na nossa chegada. Uma vontade espalmada em coragem e fé.
Se comida é patrimônio, estamos aqui para preservá-la. Para comermos juntos e seguirmos em frente, mais fortes. Urbanos, pois é, voltamos às raízes para apreciar o valor do tempo e dividi-lo em porções. Para descobrir e recontar as histórias das pessoas da roça e mostrar seus jeitinhos tão peculiares de cozinhar e de celebrar.
Juntos, somos comedores-narradores de causos. Somos caipiras, imigrantes, retirantes, sertanejos. Famílias orgulhosas de suas origens. Somos originais, desde a origem. E respeitamos, por isso, os saberes e os sabores transmitidos de geração a geração.
Somos um causo sério que, “si miorá, num estraga”.
SABORES DA TERRA EM NÚMEROS
Dados estimados para as 22 primeiras edições (2016-2022)
GASTRONOMIA
- 155 restaurantes participantes
- 359 pratos criados para o festival
- R$ 30 em média gastos por pessoa nas festas a céu aberto
- R$ 50 em média gastos por pessoa nos restaurantes
- 500 cozinheiros envolvidos
- 146.400 porções de comida servidas – em média 63% das pessoas que passam pelo evento consomem um prato/porção
- Mais de 30 pratos típicos resgatados
EDUCAÇÃO
- 323 aulas de cozinha gratuitas e a céu aberto
- 7200 ouvintes de aulas show de culinária
- 113 palestras e oficinas gastronômicas realizadas no ambiente acadêmico
- 6 instituições de ensino parceiras
CULTURA
- 11 municípios visitados e envolvidos até 2021 (Indaiatuba, Valinhos, Jaguariúna, Vinhedo, Holambra, Águas de Lindóia, Vinhedo, São Bernardo do Campo, Campinas, Sorocaba, Paulínia). Em 2022, o evento chega a Rio Claro, Santa Gertrudes, Americana, Mogi-Guaçu e São Paulo.
- 231 shows/ atrações nos palcos
- 400 artesãos participantes
- + de 1000 pessoas falando sobre o #OrgulhoDeSerCaipira nas redes sociais
- + de 1000 posts relacionados ao festival produzidos (conteúdo autoral)
IMPACTO SOCIAL
- 248 mil pessoas visitaram participaram dos eventos a céu aberto em 22 edições
- 1 mil expositores participantes
- 32 empresas parceiras
- 50 postos de trabalho diretos gerados por edição, em média
- 3000 conteúdos espontâneos divulgados pela imprensa e influencers
ESG
- 1950 quilômetros rodados e contabilizados para ações de remediação, em breve
- 20 mil reais arrecadados e revestidos para projetos relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
- 15 associações receberam doações de alimentos, agasalhos etc
- 125 voluntários dedicados ao Tacho Solidário
- Case de sucesso – retomada 2022
- Indaiatuba 2022 – seis dias de evento
Comedoria:
- 650 quilos de carne de porco consumida, entre “espalmada” e “paraguaia”
- Tachadas – baião de dois/ arroz de suã/ feijão tropeiro/ 10 tachos – 300 quilos
- Paella caipira – 8 tachos
- 1 tonelada de costela defumada, panceta e porco de uma única operação
- 350 rojões em 3 dias
- 150 quilos de massas artesanais
- 5 mil hambúrgueres vendidos
- 70 mil pessoas ao longo de seis dias de evento
SERVIÇO
O QUÊ: Festival Gastronômico Itinerante Sabores da Terra – Edição São Paulo 2022
QUANDO: dias 22 e 23 de outubro (sábado e domingo), das 11 às 21h – o encerramento será feito pontualmente, em ambos os dias
ONDE: Memorial da América Latina – São Paulo
QUANTO: Grátis
SAIBA MAIS: Festival Sabores da Terra (@saboresdaterrafgi) • Fotos e vídeos do Instagram
Realização: Elo Produções & Eventos
Apoio Educacional: UniMetrocamp
Patrocínio: Castelo Alimentos e Cervejaria Bierinbox
Apoio: Arroz Prato Fino, Coca-Cola, General Clean e Oleak
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Marcações: @saboresdaterrafgi / @eloproducoes